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Don't touch (2020)

Estava no elevador aguardando chegar ao meu andar de destino. Distraído no celular, de repente, sinto alguém puxar meus cabelos e depois dizer: “- é macio, né?”. Situações como essa já aconteceram no Brasil, mas em Portugal, e na Europa de maneira geral, era recorrente até demais. Na rua, nos ônibus, em bar, em festas, até mesmo em um hospital. Essas atitudes invasivas revelam o olhar de exotificação aos fenótipos negros. 

O trabalho Don’t Touch faz referência às placas de aviso de Museus e Espaços Culturais que alertam para não se tocar nas obras de arte. O mesmo vale para os cabelos ( e corpos) afro que são, na verdade, verdadeiras obras de arte, e não devem ser tocados sem a devida autorização e cuidado. 

O trabalho desdobra-se em uma intervenção urbana realizada na cidade do Porto, em Portugal, na qual a imagem colocada nas ruas – que possui o meu tamanho, 1,83 m – causa estranheza, alteração na paisagem e nos transeuntes, bem como um aviso para Portugal: Don’t Touch. 

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Fotografia e intervenção urbana, 2020.

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