A partir de meus deslocamentos, tenho pensado acerca do corpo afro-amazônico quando se move. Penso sobre onde encontra encontro a partir do movimento de chegada/partida de outros lugares; o que e como afeta e é afetado por onde transita. Parto da ideia que nós, amazônidas, quando saímos, levamos a Amazônia com a gente, a partir de um corpo que carrega variadas significações.

Quando a gente anda de um lugar, o lugar também anda conosco.

No autorretrato, o olhar direcionado para o lado é uma forma de refletir de onde vieram estas raízes que hoje também compõe e formam a região, cujas divindades, práticas e culturas acompanhavam os corpos vindos da África. Também está presente o ventilador-gambiarra, que venho trabalhando como um símbolo para/sobre a região Norte,  associando-o a resistências, seja na própria região ou ao deslocar-se dela.

 

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Pintura acrílica sobre compensado.   152 x 137 cm, 2022.

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